Como eu vou votar
Falta pouco tempo para as eleições. Menos de 35 dias(wtf!). E as dúvidas seguem aparecendo. Então, queria usar esse espaço pra compartilhar com vocês quais são algumas das minhas dúvidas para escolher os meus representantes políticos e como penso em fazer pra escolher os donos dos meus votos.
Primeiro ponto que estou achando importante analisar — e que acho que seria interessante que todos olhassem -, é que seguir com o Brasil polarizado não dará governabilidade pra nenhum dos lados. Infelizmente. Acho que o que aconteceu nos últimos anos é a prova de que não existe a tolerância necessária com o lado contrário ao nosso.
Vamos lá, você de direita, caso o Haddad ou o Boulos sejam eleitos, aceitará tranquilamente os 4 anos de PT ou PSOL? E você, de esquerda, aceitará tranquilamente caso o Bolsonaro vença? Ou o Alckmin?
Nos últimos anos de Brasil mostramos que não temos essa paciência toda pra democracia.
E essa é minha primeira linha de corte dessa eleição: extremos. Por enquanto, é isso.
Quero escolher alguém que não seja nem tão pra lá, nem tão pra cá.
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O segundo ponto que tenho olhado com atenção é minha identificação ideológica. Por mais que no Brasil ela seja desrespeitada eventualmente (esquerda votando em políticas de direita e vice versa), temos que votar em ideologias. Em linhas de pensamento. Em projetos que caminhem no mesmo universo de valores sociais que acreditamos ser o necessário para vivermos melhor em comunidade. Esquerda ou direita? Minha preocupação maior é econômica? É social? Quero liberdade para todos? Acredito em meritocracia? Quero desenvolver a industria nacional? Quero mais políticas públicas de incentivo às classes mais pobres?
Encontre o seu lado. Posicione-se. Mas se posicione com empatia. Isso é democracia, não é guerra. Não é porque alguém pensa diferente de você que automaticamente será seu inimigo. São nas diferenças que construímos uma democracia mais forte. Precisamos olhar para todos os lados e criar disposição para convergir pra algo único e novo. Feito por nós e para nós.
Essa é a minha segunda linha de corte.
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O terceiro ponto também acredito ser de extrema importância: coerência entre os votos.
Poxa, vamos lá. Chega de acreditar que teremos um herói nacional. O presidente não fará absolutamente nenhum movimento prometido em campanha se não tiver uma boa base no congresso. O que quero dizer com isso? Se você escolheu/está escolhendo seu presidente, não esqueça de entender bem qual é a relação que ele vai ter com o seu governador. Pesquise sobre quem são os senadores e os deputados que vão ajudá-lo a realizar as promessas feitas. Vá atrás dessa galera, eles são mais importantes que o próprio presidente.
Votou no Boulos? Encontre governador, senador e deputados da base dele.
Votou no Alckmin? Encontre governador, senador e deputados da base dele.
Votou no Ciro Gomes? Encontre governador, senador e deputados da base dele.
Votou no Amoedo? Encontre governador, senador e deputados da base dele.
É fácil. Siga sua sigla.
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Depois de entendido isso eu sinto que posso procurar com mais tranquilidade os meus candidatos.
Como estou fazendo?
- Palestras no Youtube: Mas palestras mesmo. Sem essa de recortes e memes editados.
- Sabatinas e debates: Band, Gnews, UOL, The Intercept, Jovem Pan, vários canais estão fazendo rodas de entrevista sobre pontos importantes da política. Assista!
- Mídias no geral: El País, BBC, G1, Gnews, The Intercept, Nexo. Consuma conteúdo de canais que tenham visões políticas diferentes.
- Site próprio do candidato: Simmm, teeeeem! Vai lá e olha quais são os programas de governo, lê os materiais, entenda quais são as promessas.
Enfim, esse é o jeito que eu vou decidir os meus votos.
E você? Como está se sentindo com essas eleições? Quais são os seus critérios para escolha dos candidatos? Quer falar mais sobre isso? Pilho bastante: artur@shoottheshit.cc
Esse texto foi escrito pelo Artur e enviado para quem segue nossa newsletter no dia 03/09/18.
