*Abrimos nossa news pra pessoas de fora da Shoot e essa é a última da série. :)
No último fim de semana, fiz uma road trip com meus pais. O destino foi uma praia ao nordeste da Amazônia, banhada pelo Oceano Atlântico. Segue uma listinha detalhada do que eu vi por lá (e não dá pra desver): canudinhos de plástico e suas embalagens plásticas, garrafas de plástico, copinhos de plástico, embalagens de picolé (uhum, de plástico), além de notas fiscais, lencinhos de papel e sandálias de borracha. Isso tudo em um breve passeio na beira da praia.
Tá, mas eu juro que essa introdução toda é pra explicar uma coisa muito importante! Pensa comigo: você consegue imaginar quanto de lixo já foi gerado desde que você nasceu? É lixo pra caramba, né? E o pior é que grande parte desse descarte ainda tá por aí, rodando pelo mundo e poluindo geral. Só o plástico — maior problemão pra ambientalistas e pessoas do movimento Zero Waste -, por exemplo, demora milhares de anos pra se decompor, não 400 aninhos como costumam contar pra gente (por falar nisso, faz só 100 anos que o plástico foi inventado). Isso significa que o primeiríssimo plástico do mundo também tá por aqui com a gente ainda.
Mas antes que você tente correr pras montanhas, agora é que começam as boas notícias. Tem muitas gente (e empresas) do bem criando um movimento coletivo em favor da redução do lixo e do aumento de hábitos conscientes de consumo. Você pode fazer parte dessa solução começando a repensar os resíduos que gera no dia a dia. Por exemplo: não seria melhor trocar o copinho plástico descartável por um copo reutilizável? Recusar o saco plástico do supermercado e levar sua ecobag? Evitar o canudinho? E já pensou em reduzir a quantidade de produtos químicos que você usa em casa? Que tal fazer seus próprios cosméticos caseiros com ingredientes naturais? Ou comprar seus alimentos a granel, evitando embalagem? E diminuir o consumo de carne?
Algumas trocas simples e diárias podem fazer um baita efeito no todo. É só saber como você pode adaptar seu dia a dia pra reduzir o lixo gradativamente. E é muito mais simples do que parece, juro!
Uma pessoa incrível chamada Bea Johnson (do Zero Waste Home) organizou todos os hábitos pra uma vida “zero desperdício” em cinco princípios básicos:
Refuse (Recuse) — o que você não precisa
Reduce (Reduza) — o que você precisa.
Reuse (Reutilize) — o que pode ser reutilizado.
Recycle (Recicle) — o que você não pode recusar, reduzir ou reutilizar.
Rot (Composte) — o que for compostável ou orgânico.
Tendo isso em mente, estas são algumas atitudes que você pode tomar agora mesmo pra reduzir seus resíduos no mundo:
1 — Recuse boletos e contas pelos correios. Você pode cadastrar seu e-mail no lugar, algumas empresas dão até desconto ou bônus pra quem opta pela fatura digital.
2 — Reduza a quantidade de coisas que tem em casa. Que tal pegar aquela roupa que você não usa nunca e doar pra alguém? Outra boa dica também é fazer sempre uma lista de compras pro mercado, assim você não compra nada desnecessário, poupa uma grana e ainda reduz o desperdício. Combo!
3 — Reutilize sacolas, potinhos e versos de papéis pra anotações. O legal é que também dá pra trocar copos, talheres e canudinhos descartáveis por uma versão reutilizável, que vai durar muito mais.
4 — Recicle como último recurso. Você recusou, reduziu ou reutilizou primeiro? É legal ficar por dentro da coleta seletiva no seu bairro, mas questione a necessidade e o ciclo de vida das suas compras. Compre principalmente a granel ou de segunda mão, mas se precisar de algo novo, prefira vidro, metal ou papelão. Evite o plástico, pois muitas vezes ele acaba indo parar direto em aterros.
5 — Rot é uma maneira de renovar o ciclo! Isso é feito por meio da compostagem de matéria orgânica, que é transformada em adubo pras plantinhas da sua horta ou jardim. Dá até pra compartilhar com os amigos, familiares e vizinhos também.
Ok. Se chegou até aqui, você meio que se tornou um Zero Waster Iniciante! Agora mãos na massa que a gente tá junto pra mudar esse mundão, viu? Mesmo que seja um lixo a menos de cada vez.
Esse texto foi escrito pelo Luciana Vasconcelos enviado para quem segue nossa newsletter no dia 05/07/18.
