Uma “escola” pra quem, assim como a gente, não aprendeu tudo na escola

Shoot
5 min readMar 21, 2019

--

Uma sala de aula repleta de pessoas com inteligência emocional.

A sua escola te ensinou a viver ou a passar no vestibular?

A gente sempre gostou de educação. Esse é um tema que faz parte da vida da Shoot desde o nosso início. Seja com a gente criando diferentes cursos sobre assuntos que gostávamos, seja ajudando iniciativas ligadas à educação ao longo da nossa trajetória.

“Mas, como podemos fazer mais?” Tá aí uma pergunta que nos persegue. É normal nas nossas imersões sonharmos uma Shoot The Shit com um braço educativo com a nossa cara, e nos últimos tempos essa vontade tem caminhado ao nosso lado, esperando a oportunidade certa.

Pois bem, a espera acabou.

É com muito orgulho — e com um pouco de ansiedade kkkk — que a gente vem aqui anunciar um novo e bem diferente projeto autoral: a Escola Ao Contrário. Uma escola gratuita pra falar sobre temas que não caem no vestibular, mas que ajudam a nos tornarmos pessoas melhores.

A ideia surgiu depois que percebemos que na nossa juventude passamos muito tempo dentro de salas de aula, ouvindo professores nos ensinarem como é a vida lá fora, mas acabamos saindo da escola sem realmente ter certeza de como é ser uma pessoa adulta. Enquanto o vestibular pede geografia, física e matemática, a vida pede criatividade, autoconhecimento, inteligência emocional, propósito. Por não termos essas referências, vamos tentando resolver tudo com aquilo que as aulas nos mostraram, e acabamos ou sofrendo muito para nos adaptar em um mundo imprevisível, ou seguindo o ritmo da boiada sem nos questionar sobre aonde estamos indo.

Resumindo tudo: os jovens vão pra escola pra aprender a passar no vestibular, mas não aprendem a lidar com a vida depois da formatura.

O que é política?
O que é propósito?
O que é autoconhecimento?
O que é ansiedade?
O que é mobilidade urbana?
O que é terapia?

Não sei vocês, mas eu, Braga, não sabia nenhuma dessas respostas, ou achavam que eram coisas totalmente diferentes do que são, quando tinha 18 anos. Já a classificação dos seres vivos na biologia? Em ordem pra vocês: reino, filo classe, ordem, família, gênero e espécie.

Uma sala de aula cheia de pessoas que entendem de política.

Não queremos diminuir o conhecimento ensinado nas escolas. Ele também é importante. Mas é suficiente? Não. Não é a eletrodinâmica que vai nos ajudar a sermos melhores namorados ou namoradas. Precisamos falar sobre mais coisas.

Já tem escolas que abordam assuntos mais subjetivos e práticos para a vida adulta? Já. Isso impede que outra surja? A gente espera que não. É por isso que está lançada oficialmente a Escola ao Contrário.

Ali em cima falei que ela é uma escola. Mas na real, o mais certo seria chamar de outra coisa. Ou usar escola com aspas, “escola”. Isso porque, embora ela vá ser um lugar de trocas de conhecimento, ela não vai ter professores, aulas, alunos, provas, uniforme ou chamada. Ela vai ser baseada em conversas fluidas e no protagonismo das pessoas que participarem.

Vamos começar num formato meio teste, com “aulas” para 40 pessoas sobre assuntos diferentes. O primeiro encontro já está marcado e com a turma lotada (uhuuuu). O papo vai ser propósito e depois certamente compartilharemos o que saiu da atividade. Vamos divulgar no insta da Escola os próximos encontros, então fique esperto e comece a seguí-lo.

Uma sala de aula lotada de pessoas que manjam de empatia.

Uma vez ouvi do urbanista dinamarquês Jan Gehl a seguinte frase: “uma criança só pede de presente no Natal um brinquedo que ela já conhece”. Ela vê um brinquedo na propaganda e aquilo passa a ser o seu desejo. Ela não vai atrás de outras coisas. O contexto que o Jan usou essa frase era de que as pessoas sempre pedem um viaduto para resolver problemas de engarrafamentos, sendo que existem mil outras maneiras de se resolver essa treta. Mas, como ninguém os conhece (somente os urbanistas), acabamos pedindo sempre por viadutos. E é isso que os governos fazem, pois eles também não sabem de outras soluções.

“Uma criança só pede de presente no Natal um brinquedo que ela já conhece”

- Jan Gehl

Essa parada meio que acontece com a gente em vários aspectos, né? Vivemos a vida usando os presentes que temos no nosso bolso, muitas vezes não sabendo que existem vários outros que poderíamos usar.

A Escola Ao Contrário nasceu para abastecer as pessoas de mais presentes. De mais referências, mais informações, mais pontos de vista. Para que assim, possamos adentrar a vida adulta com um pouquinho mais de tranquilidade.

Vamos ver onde isso vai dar

Ainda não temos um “modelo de negócio” e tampouco um próximo passo definido pra Escola. Queremos compartilhar coisas que sabemos e ver onde isso nos leva. Seria massa entrarmos em outros espaços de aprendizagem, como escolas públicas, particulares e até universidades, mas 1) ainda não sabemos como fazer isso e 2) queremos antes testar pra ver se o método que criamos funciona.

Gostou? Tem sugestões? Quer participar? Quer patrocinar edições dela em escolas? Quer patrocinar ela em qualquer formato? Quer levar para uma sala de aula? Quer nos ceder espaço sem cobrar nada? Quer investir 1 milhão nela?

Elogie. Se inscreve. Dá um grito. Vem com a gente.
Estamos em lets@shoottheshit.cc
Vamos ver onde isso vai dar ❤

PS: estamos no Instagram.
PS2: quer continuar recebendo infos da escola? Criamos uma newsletter especial para ela.
Inscreva-se aqui.

Créditos

Foto 01 por Feliphe Schiarolli em Unsplash
Foto 02 por Changbok Ko em Unsplash
Foto 03 por Rubén Rodriguez em Unsplash

--

--

Shoot
Shoot

Written by Shoot

Percepções sobre a vida de quem trabalha criando ideias para um mundo melhor. heyshoot.cc

No responses yet